Construction Latin America (PTG) - July/August 2013 - page 22

PAÍS EM FOCO
Construção Latino-Americana
Julho-Agosto de 2013
22
3% desse total, segundo o estudo da
Associação Brasileira de Tecnologia para a
Construção e a Mineração (Sobratema),
Mercado de Equipamentos da Construção
Brasileira para 2012, com projeções para
2013.
MONTANHA RUSSA
Para obter os principais resultados desse
estudo, a demanda foi calculada para
cada categoria de equipamentos em 2012,
utilizando, como sempre, estimativas
confidenciais de fabricantes e importadores,
além de outras fontes. As taxas para o ano
2012 mostraram uma queda de 2,9% nas
vendas de equipamento de terraplenagem.
Por sua vez, as taxas de crescimento
projetadas para 2013 consideraram
as expectativas de fatores do mercado,
membros do Grupo de Apoio da Sobratema
e seus assessores.
O estudo considerou a entrevista de 29
empresas compradoras de equipamentos,
principalmente companhias de construção
e algumas dedicadas à locação de máquinas.
O grupo de estudo foi ligeiramente
maior ao analisado em 2011, mas inclui
muitas das empresas que participaram no
estudo anterior, portanto é possível fazer
comparações entre os dois anos.
O ano passado foi classificado como pior
que o esperado pela metade das companhias
entrevistadas. Os principais problemas são
essencialmente os mesmos registrados no
ano anterior: atrasos nos projetos e escassez
de mão de obra qualificada. Além disso,
os projetos tiveram atrasos, praticamente,
devido aos mesmos motivos de 2011:
problemas com licenças ambientais,
processos de licitação lentos e atrasos nos
pagamentos dos projetos públicos. A única
diferença significativa foi um aumento no
número de empresas que se queixaram da
demora do Estado.
ECONOMIA
Muitas pessoas pensaram que a presidente
Dilma Rousseff continuaria seu trabalho
focado nos investimentos necessários para
resolver a precária infraestrutura do Brasil.
No entanto, foi uma surpresa geral, já
que isso não aconteceu. Inclusive, ainda
há dúvidas com relação ao fato de que se
Rousseff retomará ou não o papel que a
ajudou a ganhar a presidência.
Se o setor da construção tem sorte,
talvez a presidente está aplicando a velha
estratégia governamental de impulsionar
os investimentos de infraestrutura nos anos
eleitorais. Haverá eleições novamente em
2014.
No começo de 2011, foram detectados
sinais de que o novo governo seguiria
políticas econômicas restritivas em relação
ao gasto público, deixando o Programa
de Aceleração do Crescimento (PAC) em
ritmo lento. Diante da ameaça percebida
devido à super-estimulação econômica e
o consequente impacto na inflação, os
mercados financeiros lutaram fortemente
pelas maiores taxas de interesse e medidas
para garantir um superávit fiscal. Esse
temor terminou sem fundamento, devido à
desaceleração da crise econômica mundial.
A Europa foi sacudida severamente, mas a
economia brasileira também foi afetada.
As políticas restritivas do começo de 2011
acentuaram a desaceleração da economia
brasileira. Havia algo de espaço para
começar a baixar as taxas de juros, mas essa
ação produziu praticamente uma reação
nula por parte da economia. Inclusive,
considerando o forte crescimento registrado
em 2010, 2011 não foi um ano tão ruim
para o setor de máquinas de construção.
Como acontece frequentemente na
indústria, o crescimento seguiu a inércia, só
que mais lento.
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VENDAS DOMÉSTICAS
(INCLUINDO IMPORTAÇÕES)
2011-2012
2012-2013
Equipamentos de terraplenagem
-3%
13%
Outros equipamentos
1%
13%
Caminhões rodoviários
-35%
10%
TOTAL
-19%
12%
Comentários:
Levando em consideração todos os tipos de equipamentos cobertos na pesquisa da
Sobratema, o mercado brasileiro caiu 19% em 2012, cifra que foi afetada principalmente
pela queda nas vendas de caminhões rodoviários para o setor da construção.
As vendas de niveladoras e rolos compactadores também cairam como resultado da
redução de investimentos federais em rodovias.
Há indícios de que os manipuladores telescópicos demorarão mais para ter mais
aceitação no mercado brasileiro.
As projeções de 2013 estão baseadas na suposição de que o governo federal poderá
implementar as concessões anunciadas e outros investimentos em infraestrutura sem
maiores atrasos.
A tendência de crescimento do Brasil dependerá das políticas do país para levantar o mercado
doméstico e fazê-lo crescer de forma rápida.
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