Construction Latin America PTG - December 2013 - page 43

Dezembro de 2013
Construção Latino-Americana
43
E
mbora a situação econômica do
Brasil registre uma desaceleração,
o “gigante sul-americano” está
experimentando impactos positivos nos
números da construção em diversos
aspectos. Um deles tem a ver diretamente
com a crescente capacidade de consumo da
sociedade, o que se traduziu na construção
de grandes centros comerciais, os shoppings.
A Associação Brasileira de Shopping Centers
(Abrasce) estima que até o final de 2013
o Brasil terá um total de 495 deles em seu
território, o que significa nada menos que
38 inaugurações em um só ano. E esse ritmo
de construção de novos shoppings não é algo
novo. Em 2010 eram 408 shoppings, passando
a 430 em 2011 e depois a 457 em 2012. Hoje,
sem contar 11 inaugurações previstas no que
resta do ano, há 30.460.000 metros quadrados
de área construída com shoppings no Brasil.
Adriana Colloca, superintendente
de operações da Abrasce, diz que este
crescimento se dá com base em estudos
de mercado que confirmam o aumento
da renda na sociedade e o consequente
potencial de consumo cada vez maior.
Segundo a executiva, “não há um
crescimento desordenado”, e o índice de
área locável de shoppings no Brasil (medida
usada pelo comércio varejista em todo o
mundo) mostra que ainda há espaço no
horizonte para que o setor siga crescendo.
“Nos Estados Unidos a proporção é de
221 metros quadrados de área locável por
100 habitantes, enquanto no Canadá é de
146 metros quadrados, e em Portugal e
Espanha é ao redor de 33 metros quadrados.
No Brasil essa relação é de 6,2 metros
quadrados”, afirma Adriana.
De fato, isso é o que parece confirmar o
potencial marcadamente alto da economia
brasileira para receber novas inaugurações
de shoppings. Segundo a executiva,
para 2014 estão previstas ainda mais
inaugurações que em 2013: se espera um
sonoro número de 41 novos shoppings no
país no próximo ano. Se se confirmarem as
previsões da Abrasce, o Brasil contará com
536 shoppings de aqui a um ano.
O setor atrai construtoras e operadores
comerciais ao país. O grupo português
Sonae Sierra é um exemplo. Com a
inauguração em 2013 do Passeio das Águas
Shopping na cidade de Goiânia, capital de
Goiás, o grupo chegou ao seu 10º shopping
no Brasil. Nos últimos dois anos, Sonae
Sierra investiu no país mais de US$400
milhões, recurso destinado exclusivamente
à construção de shoppings.
A opção por Goiânia, cidade com
economia forte pela agricultura e a
pecuária, mas sem grande expressão urbana,
tem sua razão. Enquanto cidades como
São Paulo, com 53 shoppings, ou o Rio
de Janeiro, com 35 podem ser mercados
mais difíceis para construir, há dezenas de
cidades onde o potencial está ainda quase
inexplorado. A própria Goiânia tem apenas
nove shoppings. Florianópolis, que é a
capital da rica Santa Catarina, conta só com
três. Recife, com uma população de 1,5
milhão de pessoas, tem seis.
Mas como o aumento da renda familiar
se está distribuindo melhor nas regiões
do Brasil, tanto as cidades médias dos
estados mais ricos, como São Paulo, Rio de
Janeiro e Minas Gerais, como as capitais
de estados menos desenvolvidos, como
Pernambuco, Ceará, Mato Grosso ou
Pará, deverão ser as que concentrarão os
próximos investimentos em construção de
novos shoppings brasileiros.
O Brasil apresenta números
impressionantes também
na construção de centros
comerciais. O ritmo de
inauguração de shoppings
está acelerado. Reportagem
de
Fausto Oliveira.
Gigante por seus shoppings
TENDÊNCIAS
Shopping inaugurado em 2013 na
cidade de Pelotas, no estado do
Rio Grande do Sul.
Metropolitan Betim, em Minas Gerais.
As cidades médias são a tendência da
construção de shoppings no Brasil.
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