Construction Latin America PTG - December 2013 - page 24

CONCRETO
Construção Latino-Americana
Dezembro de 2013
24
O produto em estudo foi pulverizado
sobre superfícies de amostras de concreto
para comprovar sua eficiência. Com
lâminas de barbear foram feitas pequenas
fissuras e o conteúdo das microcápsulas
foi liberado, preenchendo a área aberta.
Algumas horas depois, sob a luz solar,
foi confirmada a cicatrização das áreas
danificadas e, ao mesmo tempo, a eficiência
do novo concreto.
Outra
pesquisa
de
concreto
autorrecuperável está em desenvolvimento
na Universidade de Bath, no Reino Unido.
O projeto já recebeu 500 mil libras
(aproximadamente US$811.211) para
poder seguir adiante durante os próximos
três anos.
Este estudo tambémenvolvemicrocápsulas
na mistura do concreto. A diferença é que
essas microcápsulas teriam, em seu interior,
uma bactéria, que, em contato com a
água que entra nas fissuras da superfície,
produziriam calcário, fechando a zona
danificada e evitando a corrosão do aço
utilizado na estrutura.
O que os científicos da universidade
britânica buscam, neste momento, é
uma solução para que a bactéria consiga
sobreviver dentro do concreto por um
desenvolvendo um concreto de alta
tecnologia, flexível, que também incorpora
tecnologias que poderão, eventualmente,
torná-lo autorrecuperável. Inicialmente,
explica, a investigação está dirigida ao
desenvolvimento de umconcreto commuito
mais resistência à flexão que um concreto
convencional. Em uma segunda etapa, será
desenvolvido o concreto autorrecuperável.
“Acreditamos que a tecnologia do concreto
autorrecuperável, a pesar de que ainda falta
um caminho para percorrer para poder ser
industrializado em grande escala, é muito
interessante e promissória para a indústria
do concreto e da construção”, afirma.
Mas a pregunta que paira no ar é: as
cimenteiras teriam interesse em produzir
um concreto autorrecuperável?
Restrepo garante que sim. “Acreditamos
que os concretos como o flexível e o
autorrecuperável serão os percursores dos
‘concretos inteligentes’, os que além de
prestar um serviço à sociedade, também
poderão cumprir uma missão, aumentar
a vida útil da infraestrutura e também
fornecer informação de seu estado
constantemente para que os engenheiros e
administradores da infraestrutura possam
tomar decisões”, adiciona.
Segundo o profissional, esse tipo de
concreto tem como maior vantagem a
possibilidade de prolongar a vida útil da
infraestrutura, resultando em menores
custos econômicos para o projeto - quando
é feita a análise total dos custos -e também
melhorando o desempenho ambiental ao
analisar seu ciclo de vida completo.
longo período. A dificuldade está no fato
de que o concreto é muito denso e não
oferece o espaço que a mesma necessita para
se manter viva.
A autorrecuperação do concreto, segundo
a pesquisa, aumentará em grande proporção
a vida das estruturas de concreto, além de
eliminar a necessidade de manutenções e
reduzir o custo de vida das estruturas em
50%.
E A AMÉRICA LATINA?
Apesar de que a tentativa por produzir um
concreto autorrecuperável e com maior
durabilidade não seja algo tão novo, a
América Latina está ainda muito verde no
assunto. Algumas empresas parecem ter o
tema sob sete chaves ou, simplesmente, não
conhecem o assunto em profundidade para
poder opinar. No entanto, outras já estão
caminhando na direção certa.
A cimenteira colombiana Argos é uma
das que está correndo atrás. “Na Argos,
soubemos há um tempo sobre o concreto
autorrecuperável. É um dos concretos que
estamos pesquisando, para no futuro poder
oferecer a nossos clientes como um concreto
de alta tecnologia”, conta Camilo Restrepo,
vice-presidente de inovação da empresa.
No entanto, o profissional explica que
“quando se fala de concreto autorrecuperável
deve-se deixar claro que não é um concreto
que consegue reparar grandes fraturas
ou falhas, é um concreto que busca
ter capacidade de reparar microfissuras
ou outros tipos de deteriorações que se
produzem nas estruturas por diversas causas,
incluindo o uso diário que as submete a
diferentes tipos de cargas”. Cabe lembrar
que as microfissuras são as responsáveis,
com o passar do tempo, pela redução da
vida útil das estruturas e ter uma tecnologia
que seja capaz de repará-las, segundo o
porta-voz da companhia, “seria algo muito
benéfico para a durabilidade do concreto e,
consequentemente, para a sociedade”.
Restrepo conta que a Argos está
A cimenteira colombiana Argos já começou
a investigar mais sobre o concreto
autorrecuperável com o objetivo de poder
oferecer o produto aos clientes.
A indústria do concreto na América Latina
ainda está verde com relação ao concreto
autorrecuperável.
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