Construction Latin America PTG - December 2013 - page 20

PAÍS EM FOCO
Construção Latino-Americana
Dezembro de 2013
20
crescimento esperado é de 2,8% para este
ano e de 5% para 2014.
ANÁLISE E EVOLUÇÃO
“Em 2013, o mercado da construção ficou
um pouco estancado. Tudo porque estamos
vivendo um momento de transição”, afirma
Carlos Namur, vice-presidente da Galvão
Engenharia, responsável pela divisão de
infraestrutura.
Comenta que o setor está passando de um
modelo arcaico de contratações de obra para
um novo. “Antes eram somente projetos do
governo, desatualizados e básicos, onde
logo que começávamos a obra percebíamos
que o projeto necessitava ter modificações
e era necessário trocar a planilha. Logo
vinham os órgãos fiscalizadores justamente
porque apareciam informações que não
estavam no projeto e paralisavam as
obras. Ou seja, uma série de entraves
que ainda existem, mas agora estamos
nesse processo de transição, passando de
uma forma de contratação antiga para
uma nova”, garante. Explica que esse foi
justamente um dos motivos que causou a
paralização da construção no país este ano.
“Definitivamente, foi muito pouco o que
se concretizou em 2013. O importante
veio via PPPs (Parcerias Público-Privadas)
e EPC (Enginnering, Procurement and
Construction), que incluem novas formas
de contratação”, afirma.
Apesar de que 2013 não tem sido um dos
melhores anos, Namur demonstra otimismo
sobre alguns dos segmentos que, considera,
terão ‘resultados exitosos’ em 2013. “Com
relação a aeroportos e rodovias, acredito
que serão vistos grandes resultados no
final de 2013, já que o governo está mais
atento às questões que o empresariado
vem levantando. Esse canal de diálogo está
funcionando melhor”, comenta.
Com relação a 2014, o vice-presidente
da Galvão Engenharia aposta por um forte
desenvolvimento com relação a rodovias
e ferrovias em um âmbito federal. No
estadual, vai mais pelos projetos via PPP. “O
poder público está começando a entender
que ele, sozinho, não pode viabilizar toda
a infraestrutura que o país necessita. O
governo está percebendo que não consegue
viabilizar tudo isso no curto prazo”, garante.
Por outro lado, Giani Pfister,
superintendente da brasileira Construcap,
também se expressa com cautela sobre o
ano que termina. “Deve-se entender ainda
se o que o país viveu este ano foi uma crise
política ou se foi pela crise mundial. Com
relação à crise europeia, podemos dizer
que sentimos sim uma diminuição nos
investimentos, houve realmente um recesso
no mercado”, afirma.
Além disso, destaca que o país tem crescido
muito nos últimos anos, principalmente
no que se refere ao setor da construção,
sendo a demanda um dos responsáveis
por esse desenvolvimento da indústria no
país. “Nunca a engenharia passou por um
momento tão bom como esse, a pesar
que estejamos vivendo um período mais
estável”, garante.
Giani afirma que, no Brasil, existe uma
demanda positiva de projetos, apesar de
que agora esteja menos aquecida que em
outros momentos, mas também defende
que para o próximo ano virá uma inovação
tecnológica muito grande. “Acredito que
também haverá uma forte tendência por ter
construções cada vez mais industrializadas,
porque sentiremos cada vez mais a escassez
de mão de obra”, explica.
Além disso, tanto a superintendente
da Construcap como o vice-presidente
da Galvão Engenharia, se mostram
muito positivos com relação ao futuro
da construção no gigante sul-americano.
“Se o governo realmente cumprir com
o investimento em infraestrutura que
promete para os próximos anos, em termos
de logística, portos e aeroportos, somado
ao aporte de tecnologia que existe com a
entrada de estrangeiros ao país, acho que
vamos ter um crescimento na construção de
30 anos em dez”, finaliza.
INVESTIMENTO EM INFRAESTRUTURA POR
SETORES + RESIDÊNCIAS
(EM BILHÕES DE R$ DO PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2013)
2009-2012 2009-2012 2014-2017 2014-2017
VARIAÇÃO
SETORES
R$
US$
R$
US$
%
Energia Elétrica
171
73,8
176
75,93
2,9
Telecomunicações
93
40,1
125
53,93
34,4
Saneamento
40
17,3
45
19,41
12,5
Transporte rodoviário
54
23,3
62
26,75
14,8
Ferrovias
28
12,1
59
25,45
110,7
Portos
15
6,5
34
14,67
126,7
Aeroportos
7
3,0
8
3,45
14,3
TOTAL INFRAESTRUTURA
408
176,0
510
220,03
25,0
Residências
711
306,8
867
374,05
21,9
TOTAL
1.119
482,8
1.377
594,1
23,1
* Fonte: BNDES - Outubro 2013
** taxa de conversão (15/11/2013): R$1 = US$0,431435
O PIB setorial da construção em 2013
deve alcançar um crescimento de 2%, de
acordo com informações da FGV.
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