Construction Latin America PTG - December 2013 - page 55

Dezembro de 2013
Construção Latino-Americana
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OPINIÃO
C
onsiderada fator principal para
a elevação da competitividade
brasileira, a área de infraestrutura
vem passando por um período de definições
estratégicas nos últimos anos. Por um lado,
os governos federal, estadual e municipal vêm
anunciando programas e aportes bilionários
nesse segmento. Por outro lado, o percentual
de investimento dos principais setores da
economia que compõem a infraestrutura
– energia, saneamento e transportes – em
relação ao PIB (Produto Interno Bruto)
apresenta uma ínfima variação desde 2008. A
previsão é que, neste ano, esse índice alcance
apenas 1,97%, considerando a soma total de
investimentos nos três segmentos.
A análise de tal paradoxo provém da
pesquisa Principais Investimentos em
Infraestrutura no Brasil até 2018. O estudo
aponta 8.300 obras em andamento, em
projeto e intenção, cujo montante de
investimentos estimado chega a expressivo
R$ 1,19 trilhão para o período entre 2013
e 2018. Encomendado pela Sobratema –
Associação Brasileira de Tecnologia para
Construção e Mineração, o levantamento
compilou informações de cerca de 1.200
fontes primárias e secundárias para
apresentar da forma mais completa possível
as perspectivas futuras de oito setores da
economia, seus principais projetos e aportes
financeiros disponíveis.
ÍNDICES
A pesquisa mostra que, em termos de
investimentos, o setor com maior
participação é transportes, com um
montante estimado de R$ 369,6 bilhões,
que equivalem a 30,94% do total calculado.
Na sequência, aparece a área de óleo & gás,
com aportes de R$ 346,6 bilhões, o que
corresponde a 29,02%. Em terceiro, está o
setor de energia, com 16,41%.
De acordo com Eurimilson Daniel,
vice-presidente da Sobratema, a pesquisa
contempla os aportes financeiros previstos
no Plano de Investimento em Logística
(PIL), que somam R$ 242 bilhões, bem
como outros investimentos do próprio
governo federal em rodovias, ferrovias,
portos e aeroportos, além de aportes dos
governos estaduais e municipais para
melhoria e ampliação da malha rodoviária
e mobilidade urbana.
Em termos regionais, com 49,36% dos
recursos, o Sudeste responde pela maior
fatia, seguido pelo Nordeste, com 23,33%.
“O que impulsiona a região Sudeste são os
aportes financeiros ligados ao pré-sal, além
de investimentos em rodovias, ferrovias e
mobilidade urbana”, avalia Daniel. “Já o
Nordeste absorve uma grande parte dos
valores destinada às malhas ferroviária e
rodoviária, fora os recursos direcionados
à Refinaria Abreu e Lima (PE) e para a
transposição do rio São Francisco.”
PROJEÇÕES
Outro aspecto revelador apontado pela
pesquisa diz respeito às expectativas e
projeções das principais empreiteiras sobre
a área de infraestrutura no Brasil. Em
2013, 78% dos entrevistados afirmaram
ter registrado crescimento, principalmente
com a demanda proveniente de setores
como mineração, infraestrutura esportiva
(arenas), mobilidade urbana e indústria.
Em relação aos principais gargalos
no setor, nada menos que 89% dos
entrevistados avaliam que a burocracia
continua como o principal entrave para
as obras de infraestrutura. Nesse contexto,
existem vários aspectos que precisam
receber consideração, como o peso das
agências reguladoras, a grande quantidade
de ministérios envolvidos com as etapas
requeridas para liberação de uma obra
(acima da média mundial), o grau de
exigência e a estrutura necessária para
avaliação e atendimento das demandas
em relação às questões ambientais. “Esses
fatores se convergem e criam uma série de
empecilhos, atrasando o início das obras”, o
representante da Sobratema.
Um investimento
trilionário no Brasil
De agora a 2018, a
infraestrutura do país
receberá R$1,19 trilhão.
Com R$369,6 bilhões,
o setor de transportes é
o de maior participação.
Escrito por
Sobratema.
A refinaria Abreu e Lima fica no nordeste
do país, região que absorverá 23,3% dos
investimentos dos próximos anos.
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